Tens 15 anos. Só tens 15 anos. E duvido que, se nos pudéssemos encontrar, gostasses de mim. Faço demasiadas coisas com as quais não concordas. Limpo um maço de tabaco nos dias maus (e tem havido muitos) e mais do que isso nas noites boas. Já não falo com o teu namorado. Parti-lhe o coração quando fui para a faculdade e, antes disso, com um louro de olhos verdes profundos - só os olhos- com quem nunca mais falei. Mas foi divertido e agora, dez anos depois, sabes que, por vezes, divertido é quanto baste. Não tem de ser sempre mais do que isso ainda que, na maior parte das vezes, ainda queiras que seja.
Não te agarras tanto às coisas, talvez por já conheceres a dor de tas tirarem e não quereres dar esse prazer a alguém novamente. Estás mais aberta e para isso deve ter contribuído teres ficado mais bonita -boas notícias: vais ficar mais bonita com o passar do tempo. Ou talvez tenhas aprendido a dar-te mais valor. Pois é, não tens tantas certezas como tens agora, mas continuas a querer as mesmas coisas. Ainda estás à procura daquele homem que foi feito para ti e só para ti, do caminho para Central Park coberto de neve e da paz que nunca chega. A irrequietude permanece e toda tu és desejo.
De todas as vezes que te chamam, continuas a enfrentar o touro, mas agora achas à partida que ele te vai passar por cima. Vais tropeçar umas quantas vezes mas vais gostar de todas as etapas do processo. Quando te chamarem vais voltar à arena e erguer bem alto a cabeça ainda que agora tenhas medo no coração.
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