Porque vivemos numa Democracia, que funciona mal, mas almeja ser melhor, hoje publicamos uma carta de um seguidor muito odioso - que, a julgar pelo uso preferencial da segunda pessoa do plural, deve ser lá do Norte. Assim, sinto-me obrigada a dar voz a uma pessoa que dela não devia ter feito uso no infeliz dia em que estes pensamentos lhe surgiram. É uma tristeza. Vamos ouvi-lo e lembrarmo-nos dele para que depois possamos dizer: Não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí. Senhor Cromo, V. Exa. tem a palavra!
O Amor ao próximo
"Vós outros andais muito solícitos em redor do próximo, e a vossa solicitude exprime-se em belas palavras. Mas eu vos digo: o vosso amor ao próximo é apenas o vosso mau amor por vós próprios.
É para fugirdes de vós que andais em volta do próximo, e quereríeis converter isso numa virtude, mas pus a claro o vosso «desinteresse».
(...)
Não suportais a vossa própria companhia, e não vos amais o suficiente, procurais então seduzir o próximo com o vosso amor e doirar-vos com o seu erro.
Eu quisera que todos os próximos e aqueles que se seguem se vos tornassem intoleráveis: assim teríeis de extrair de vós mesmos o amigo de coração transbordante.
(...)
Assim fala o louco: 'O convívio dos homens estraga o carácter, sobretudo quando não tem carácter'. Um procura o próximo porque se procura, o outro porque anseia perder-se. O vosso mau amor por vós próprios converte a vossa solidão num cativeiro".
Friedrich Nietzsche, in 'Assim Falava Zaratustra'
Nota do MaU aMoR:
O senhor obviamente não partilhava o seu Kinder Bueno com os outros coleguinhas na hora do intervalo.
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