Mau Amor

"I realized these were all the snapshots which our children would look at someday with wonder, thinking their parents had lived smooth well-ordered lives and got up in the morning to walk proudly on the sidewalks of life, never dreaming the raggedy madness and riot of our actual lives, our actual night, the hell of it, the senseless nightmare road"

Jack Kerouac, On the Road - The Original Scroll



Friday, November 20, 2009

O que eu (não) sei sobre os homens...


O título deste post é o mesmo de uma rubrica da revista Pública que leio todos os domingos. Uma vez por semana gosto de descobrir o que esta ou aquela cara famosa sabe ou pensa saber sobre o sexo oposto, mas quase sempre acabo a página desiludida. Afinal, não se sabe muito a respeito do nosso yin e yang, ou será que, pelo contrário, não somos assim tão diferentes?

Já há algum tempo que faço o desafio a mim própria, mas sempre que arranjo um adjectivo que considero qualificar os homens, essa raça quase alienígena para as mulheres, lembro-me de um caso que o contradiz. Porque tanto os homens como as mulheres são um mundo, há-os de todas as formas e feitios e não há um só saco onde caibam todos. Por isso, não tentemos fazê-lo... O resultado seria uma generalização absurda, aliás, como o são todas as generalizações.

Cada mulher traz os "seus" homens estampados na cara. São eles que produzem aquelas rugas profundas na cara das mulheres à medida que o tempo avança. Os mesmos que dão aquele brilho nos olhos que as mulheres irradiam depois de uma noite bem passada. Uma mulher bonita e feliz é uma mulher que encontrou um bom homem ou então uma que não está à procura dele- o que é raro!

Se bem que de maneira geral as pessoas com quem nos cruzamos durante a vida acabam sempre por deixar alguma marca, só os homens têm o poder de nos destruir ou erguer com apenas algumas palavras. Menos do que isso até. O homem é a coisa mais importante na vida de uma mulher e, na minha opinião, é por isso que as mulheres ainda não chegaram aos lugares de topo da sociedade. Porque o namorado, o marido, o filho vem sempre primeiro. Uma mulher deixa de ir às aulas para estar com o namorado, deixa de ir trabalhar por causa do filho doente, deixa tudo pelo marido. É preciso que alguém o faça e esse alguém é uma mulher.

Há qualquer coisa na mulher que faz com que fique acordada madrugada dentro à espera que o marido chegue a casa. Tem tanto medo de o perder que deixa de fazer Erasmus para não estar longe dele, não corta o cabelo porque ele gosta dele comprido. Os anos passam e a este ritmo ela vai tornar-se em mais uma daquelas velhotas com cara de ameixa furiosa. Sim, não foste retribuída na mesma medida. Sim, foste enganada uma ou duas vezes. Sim, não te deram o devido valor e agora é tarde demais. Mas mesmo que não fosse, se pudesses voltar atrás, darias tudo de ti outra vez.  

Não façamos o elogio da mulher. Todas sabemos que deste lado não há só santas. Mas nunca conheci uma que tivesse dito a um homem que o ama para o levar para a cama nem que tivesse dito que era solteira quando não era. Não fazem promessas que não tencionam cumprir. Não precisam de o fazer, é verdade. Os homens não estão assim tão interessados no longo prazo.

Da mesma maneira, nunca encontrei um homem que tivesse chorado porque não tinha recebido um telefonema nos dias a seguir a um encontro ou porque tinha descoberto que ela afinal era casada. Os homens também choram, mas não por estas coisas. Os homens escrevem blogues, mas não sobre estas coisas.

As amigas receitam-me mais desconfiança em relação aos homens. Há pouco tempo uma disse-me que eu era ingénua, a única coisa que eu nunca pensei que me chamassem! Agradeço a preocupação, mas estou bem assim, obrigada. Sei muito bem que assim que perder a fé nos homens, quando deixar de ser "ingénua", quando começar a ter medo deles, vou estar a acelerar o meu caminho até às tais rugas enfurecidas.

A uma filha eu diria: Os homens podem dar-nos o melhor e o pior da vida, nós é que antes de mais temos de saber o que queremos que eles nos dêem.  

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